terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Como organizar a sociedade para mudança?


No bojo de uma sociedade metropolitana entram em jogos varias forças, que anteriormente em formas sociais menores, constituiam uma "força coletiva única". O surgimento de sociedades de massa, ao mesmo tempo que cria variadas opções de atuação conforme nosso desejo individual, também criam divisão. Há algum sentimento de solidão pior que estar em meio à uma multidão de desconhecidos?

Há filósofos em todos os cantos pregadores da liberdade individual conquistada a partir da livre consciência e do livre desejo. Porém nossa consciência está demasiadamente carregada com informações e nosso corpo já não responde como desejamos ao ritmo estressante da grande cidade. Nossos desejos ficam cada vez mais confusos entre satisfação de demandas e carências.

Há economistas que colocam no dinheiro a esperança, apesar desta esperança estar a alcance de muito poucos. Apesar dessa pequena possibilidade de chegar a tal "elite global", a própria população assume como pensamento hegemônico o desejo de estar lá.

Neste cenário, todos que querem uma mudança tomam um choque e se perguntam o que fazer. Tudo parece tender a se manter como está. O questionamento que pode ser feito é sobre o que mantém as coisas como estão e o que pode fazer a situação mudar em favor da politização, da participação do povo na política e da expulsão de "políticos profissionais" que só brincam de negócios com o dinheiro e o trabalho pago pelas classes menos favorecidas.

Não haverá salvação milagrosa em meio à este caos. O povo não assumirá a administração governamental de repente e o empresariado não irá deixar de querer tomar as decisões políticas sozinho. Logo, deve existir uma organização disposta a organizar os remanescentes e ainda lúcidos do papel das maiorias na sociedade; só assim pode haver uma virada. A classe que se configura no Brasil como dominante, o empresariado, esmaga as classes que são maioria as excluindo da participação política, fazendo da vida dos governados um jogo de negócios e de ideais consumistas. Pior do que isso: retiram os direitos trabalhistas, aumentam cada vez mais os impostos do trabalhador, juntando isso ao sucateamento do transporte público, da saúde e da educação.

Uma organização social dos trabalhadores como sindicatos, dos estudantes como os Centros Acadêmicos e etc, que encaram essa política como algo a ser combatido é a alternativa e o ponto de partida para uma virada neste contexto. Outra organização social mais ampla é responsável pela consolidação e articulação entre as mais variadas formas de manifestação da maioria - como os sindicatos -, esta organização é o Partido. Não há outro caminho. Quaisquer alternativas que podem surgir, só poderão surgir ao longo destas primeiras, visto que a experiência de militância, de articulação, de organização e mesmo de trabalho intelectual trará as bases concretas para a ação revolucionária.


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